Cineasta, artista, curador e roteirista, graduado pela Escola de Comunicação Social da UFRJ. Dirigiu Perpétuo (IFFRotterdam 2019), entre outros trabalhos com a Anarca Filmes (2015), exibidos em festivais e instituições no Brasil e no exterior. Recebeu o prêmio Memórias da Resistência (Comissão de Direitos Humanos da Alerj, 2018).
Texto e imagem: Instituto Moreira Salles
TV CORAGEM é uma televisão web-specific interessada em arte e cultura em reelaboração. Disponível 24 horas, com atualizações semanais na programação, o projeto torna híbridos a prática artística e curatorial, conceitos da televisão e da internet, e se manifesta como um espaço expositivo virtual para filmes, vídeos e demais imagens digitais.
A curadoria se debruça sobre obras comissionadas, de circulação restrita e trabalhos já publicados de forma gratuita em plataformas de streaming.
Texto e Imagem: Instituto Moreira Salles
Anarca Filmes é uma proposição coletiva em cinema e arte contemporânea que existe desde 2014. Seus filmes, vídeos, festas e residências artísticas manifestam-se como dispositivos relacionais, que exercitam a coexistência da diferença. Criam interlocuções entre presenças e espaços, expandindo seus suportes e temporalidades pelo diálogo com as linguagens da performance, instalação, vídeo e internet. Influenciados pelas tensões políticas no Brasil a partir de 2013, os artistas integrantes iniciam suas atividades na noite do Rio de Janeiro e de Recife, registrando e fomentando movimentos politicamente engajados, além de festas e espaços voltados à produção de impacto social. Sempre em diálogo com uma rede de artistas, ativistas, cineastas, terapeutas, produtoras culturais, pesquisadoras e educadoras de todo o Brasil. Suas obras já foram exibidas em festivais e instituições na Holanda, Portugal, Alemanha, México e diversos estados do Brasil. Atualmente possuem cópias disponíveis online e no acervo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Participam do Pivô Satélite: Amanda Seraphico, Clarissa Ribeiro e Lorran Dias.
Assista aqui
Texto: Pivô
Perpétuo (2018)
O filme compõe os catálogos do Spcine Play (@spcine_ @spcineplayoficial ), Videocamp (@_videocamp ), da mostra e pode ser assistido online e votado nessas plataformas.
Perpétuo demorou 5 anos para ser feito, repleto de insistências e batalhas durante o período em que me graduei na Escola de Comunicação da UFRJ.
Rompe com repertório violento de imagens e informações produzidas pelo jornalismo e pelo cinema sobre Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense do RJ, em específico Cerâmica e Comendador Soares, bairros onde fui criado.
A última vez que um filme havia sido feito nos entornos, foi em 1976 com Crueldade Mortal de Luiz Paulino dos Santos. Conta sobre um linchamento em praça pública por parte dos moradores.
44 anos depois eu e a equipe do filme propomos a criação de outros imaginários em relação ao lugar, a partir do encontro da ficção com olhares e narrativas que vivem pelo território, ou partilham alguma experiência política comum.
Me trouxe tantos desafios, aprendizagens, transformações e alegrias, que eu só tenho a agradecer por quantas pessoas conheci e troquei sobre ele na minha vida e também por ele continuar circulando, mesmo em um Estado que persegue a Cultura e seus trabalhadores.
Este filme pôde ser feito pelo financiamento do edital Territórios Culturais / Favela Criativa da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e a LIGHT S/A. Muitas outras iniciativas como essas puderam existir a partir de políticas públicas e ações afirmativas, que hoje estão em pleno desmonte.
Este trabalho compõe o Manifesto Baixada Filma pela territorialização do orçamento audiovisual do Estado.
Se nos encontramos, ou este filme lhe afeta de alguma maneira, assista, vote e compartilhe com pessoas queridas!
Em cena: Késia Farias | Texto: Lorran Dias