Explode! é uma plataforma que pesquisa e experimenta noções de gênero, raça e classe, baseadas em práticas artísticas e culturais socialmente entendidas como periféricas, cruzando também os campos da pedagogia e da justiça social. Realiza práticas imersivas, que enfatizam a convivência e o debate de assuntos caros a esses grupos. Representada pelos artistas, pesquisadores e curadores Cláudio Bueno e João Simões, organiza-se por meio de uma rede nacional e internacional de colaboradores.
Texto e imagem: plataforma Explode!
Curadores convidados Pivô Pesquisa 2021
Explode! é uma plataforma que atua a partir dos campos da arte e da cultura, em intersecções com a pedagogia, a justiça social, entre outros. Fomenta e desenvolve pesquisa e experimentação em torno de práticas que discutem o corpo e suas intersecções de classe, raça, gênero, sexualidade e suas possibilidades não normativas. Liderada pelos artistas, pesquisadores e curadores Cláudio Bueno e João Simões, organiza-se em meio a uma rede nacional e internacional de colaboradores. Realiza apresentações e encontros imersivos em diferentes espaços e formatos que enfatizam a convivência, a escuta, o debate e a experimentação. Procura alargar o sentido de prática artística, de cultura, de espaços de aprendizagem, e, consequentemente, de como seremos capazes de imaginar modos de vida outros – menos violentos, mais livres e mais diversos.
(1983, São Paulo, SP)
Artista multimídia, designer, professor. Gradua-se em publicidade e propaganda, em 2004, pela Universidade São Judas Tadeu. No mesmo ano, recebe, pelo desenvolvimento do site da Unilever, o prêmio Melhor site em Tecnologia da Informação da Associação Brasileira de Marketing e Negócios. Em 2006, conclui uma especialização em Criação de Imagem e Som em Meios Eletrônicos na Faculdade Senac e defende o mestrado na Universidade de São Paulo (USP).
Em 2009, é contemplado pelo Rumos de Arte Cibernética do Instituto Itaú Cultural com a obra Campo Minado e realiza residência artística no LabMIS, do Museu da Imagem e do Som em São Paulo. No ano seguinte, ganha o prêmio Mídias Locativas do Festival Vivo Arte.Mov. Em 2011, recebe Menção Honrosa no Prix Ars Electronica, na Áustria, pela obra Redes Vestíveis, e o prêmio Transitio_MX do Festival Internacional de Artes Eletrônicas do México.
Realiza residência artística no festival Videobrasil do Sesc, em 2012, em São Paulo e, em 2015, defende o doutorado na USP.
Profissionalmente, trabalha como diretor de criação e de projetos em empresas de comunicação e mídia, até se estabelecer como professor em cursos de arte. Compõe, com Carol Tonetti (1974), Ligia Nobre e Vitor Cesar (1978), o coletivo artístico O Grupo Inteiro.
Trabalha no campo da arte-tecnologia com mídias locativas e geolocalizadores, criando ações e instalações artísticas. A obra Campo Minado (2009), por exemplo, apresenta um game para dispositivos móveis em que o jogador tem que percorrer geograficamente um trecho da cidade, partindo de um ponto até chegar a seu objetivo final. Pela tela do dispositivo (um smartphone), o jogador acompanha seu percurso enquanto vê surgir no mapa digital da tela alguns círculos coloridos que correspondem aos “campos minados” a evitar. Para ganhar o jogo, deve-se chegar ao destino sem pisar em nenhum “campo minado”. Do ponto de vista tecnológico, a obra explora a conexão em rede para calcular os deslocamentos por GPS1.
A questão da mobilidade e da conexão desdobra-se nas obras artísticas e nos temas de pesquisa acadêmica, intimamente associados. Bueno investiga a produção artística com base nas inserções e desdobramentos dela em espaços sociais conectados. Considera o uso de softwares e hardwares como dispositivos de relação interpessoal. Esta abordagem é visível, por exemplo, na obra Corpo-Circuito (2011), em coautoria com Cristiano Rosa (1973), uma proposta de ação coletiva em que os participantes são equipados com dispositivos sonoros que emitem sons quando as pessoas são tocadas umas pelas outras. Tais dispositivos são montados com circuitos eletrônicos em pequenas caixas de papelão.
Texto: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras
Imagem: Instagram Cláudio Bueno
(1979, Rio de Janeiro, RJ)
É curador, produtor cultural, artista e pesquisador. Participou de curadorias, falas públicas e performances em diversas instituições culturais no Brasil e exterior. Desenvolve o projeto de pesquisa em mídia e performance “Vera Verão”, em colaboração com a artista Aretha Sadick. Atualmente integra o programa de residência “How free are the arts?”, do Instituto Goethe, entre Brasil e Nigéria e o programa “Coincidências” da Fundação Pro Helvetia. Colaborou com a plataforma de arte contemporânea 01.01. É integrante do Grupo de Pesquisa Extremidades: redes audiovisuais, cinema, performance e arte contemporânea, coordenado por Christine Mello e do lab eXtremidades, que tem como objetivo fomentar processos de ativação de estudos, oficinas e encontros abertos ao público relacionados às novas estéticas, às práticas sociais e aos modelos de produção artísticos e multimídia. E é o responsável pela arquitetura e linguagem visual das Extremidades.
Texto: Plataforma eXtremidades