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Redes feministas: movimentos de mulheres no século XXI a partir de suas insurgências nas redes sociais

Geovana Cleni Pagel

A pesquisa tem como objetivo analisar os regimes de sentido na formação e conexão de redes feministas, que podem se confundir com o germinar da quarta onda feminista. Um dos propósitos do estudo é poder contribuir com essa concepção. O corpus da pesquisa é formado pela seleção de 35 postagens contendo as hashtags das campanhas #ChegadeFiuFiu (2013) e #PrimeiroAssédio (2015), da ONG Think Olga, e do movimento #EleNão (2018) no Twitter. A intenção é identificar as diferenças e diálogos estabelecidos entre as campanhas e observar mudanças no plano das experiências nas redes sociais ao longo de seis anos, investigando o papel crescente da internet em contextos de comunicação e mobilização social, por meio de uma perspectiva crítica. O objetivo é entender como as redes feministas podem mobilizar indivíduos e grupos de mulheres, transitando entre os ambientes on-line e off-line (rede e rua). Para falar dos conceitos de rede, multidão e micropolítica, a pesquisa é fundamentada principalmente em autores como Manuel Castells, Benjamin Loveluck, Antonio Negri, Michael Hardt e Suely Rolnik. Para a análise do corpus, utilizamos a abordagem das extremidades, de Christine Mello, na qual são articulados os procedimentos da desconstrução, contaminação e compartilhamento como vetores de leitura. Os feminismos nas extremidades podem ser observados a partir de três pontas extremas: desconstrução associada à invisibilidade da mulher; contaminação por meio da hashtag que atrai o viral e contamina a rede; e compartilhamento como produção de comunidade e singularidades. A pesquisa apresenta um breve histórico do movimento feminista seguido de reflexões sobre as diferentes ondas feministas. Para tanto, entra em diálogo com teóricas como Silvia Federici, Angela Davis, bell hooks, Djamila Ribeiro, Carla Akotirene e Heloisa Buarque de Hollanda. Cada nova onda feminista é articulada como um tensionamento em busca de uma maior visibilidade e protagonismo das mulheres. As redes sociais apresentam fluxos intensos de novas mediações com os feminismos contemporâneos, permitindo a ressignificação da mulher como multidão, como rede e como agenciadora da sociedade. As redes feministas atuam no agenciamento coletivo da multidão e transformam a pluralidade dos sentidos de ser mulher no século XXI.

 

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