Grupo de Pesquisa/ Dissertações e Teses/ Juliana Piva de Albuquerque Lewkowicz

Juliana Piva de Albuquerque Lewkowicz

Esta pesquisa é teórico-prática, uma investigação interdisciplinar que correlaciona os campos da comunicação e semiótica com a arte e compartilha processos artístico-curatoriais. Propõe uma reflexão crítica cuja finalidade é pensar a arte como um vetor de comunicação e tensionar o papel do artista contemporâneo como ser vivente em meio a crises climáticas e desastres ambientais. O texto se desenvolve de modo a apresentar a criação de uma artista-curadora que compartilha seu processo de produção ao ocupar coletivamente um antigo ateliê de sapatos artesanais vazio, num movimento de deslocar a pesquisa teórica para a prática curatorial, ampliando o seu potencial de ser compartilhada com a sociedade por meio de uma exposição, cujo projeto integra esta dissertação. A pesquisa também conta com uma entrevista cedida por Cesar Baio. A problematização da pesquisa seria: Como podemos, a partir dos agenciamentos artísticos coletivos, explorar novas formas de subjetivação, tão necessárias ao enfrentamento das questões climáticas, geradas no período do Antropoceno? São abordados o conceito de arte como potência micropolítica proposto por Suely Rolnik, a desconstrução do antropocentrismo e da separação entre o humano e a natureza a partir de Ailton Krenak e Vilém Flusser, a comunicação como expansão de afetos segundo Norval Baitello Junior, o ser humano entendido como comunidade com base em Vincent Colapietro e a existência humana a partir da simbiose, da relação de cooperação com o outro, proposta por Lynn Margulis na teoria da endosimbiose. A leitura semiótica dos trabalhos de arte foi realizada a partir da abordagem das extremidades, proposta por Christine Mello, que se vale das noções de desconstrução, contaminação e compartilhamento para a análise. A metodologia utilizada para a pesquisa foi a fenomenológica e tem em como resultado prático o projeto curatorial independente e coletivo Piracema, proposto por artistas-curadoras mulheres, que construíram redes de afeto para pensar outros mundos coletivamente. O sentido metafórico da piracema auxilia a criar deslocamentos, como pequenos movimentos micropolíticos (Rolnik) em direção à retomada do impulso vital.

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