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Pabllo Vittar no Instagram: comunidade LGBTQI+ e a performatividade drag queen nas redes sociais

Vitor Henrique de Souza Cruz

Este estudo pretende compreender de que modo os circuitos midiáticos gerados por meio do Instagram de Pabllo Vittar entram em contato com as expressões de coletividade da comunidade LGBTQI+ e com a arte drag queen da artista. O corpus de análise do estudo contempla a seleção de imagens e vídeos divulgados no Instagram de Pabllo Vittar, entre fevereiro de 2018 e maio de 2020, com especial atenção para o videoclipe “Não vou deitar”, produzido em 2019, cujo foco é entender o papel da artista como agenciador coletivo social nesse processo. Pretende-se responder às seguintes questões: de que forma a drag queen surge como uma expressão de resistência e coletividade LGBTQI+ no Instagram? Como, por meio do Instagram, ocorre o agenciamento coletivo performático da artista? E de que modo coloca em debate e em evidência a questão de gênero, papéis de gênero, sexualidade e consumo? Enquanto estrutura teórica, a pesquisa fundamenta-se em autores como: Zygmunt Bauman, para compreender as relações de consumo no contexto atual; Suely Rolnik, notadamente nos conceitos de cafetinagem e micropolítica; Tarciso Torres, objetivando compreender as formas de engajamento e mobilização em rede para tratar questões do consumo, de rede de micropolíticas e de agenciamento coletivo digital. Sustenta-se em outros autores como: Judith Butller, para dar suporte às questões de gênero e performatividade; Giorgio Agamben, para discutir os conceitos de dispositivo e captura; Achille Mbembe, com a discussão sobre necropolítica, em especial, para tratar da violência dos corpos. Para estabelecer um panorama histórico do movimento drag queen, da cena LGBT de New York, do Harlem, da Ball Culture, utiliza-se o documentário de Jennie Livingston denominado Paris is Burning (1990). Como caminho para a leitura, o estudo tem por base a abordagem das extremidades, da autora Christine Mello (2016), como forma de articular leituras em torno da desconstrução, contaminação e compartilhamento presentes dos diferentes dispositivos utilizados pela artista e, sobretudo, pela comunidade LGBTQI+ nas suas formas de expressão e no modo como sofrem atravessamentos e tensionamentos do público em geral. Cantor, gay, maranhense e drag queen, Pabllo Vittar se tornou referência nacional e internacional, artista de grande potência midiática e política, desafiando às normas de gênero binárias e ressaltando debates na sociedade brasileira referentes à comunidade LGBTQI+ em suas demandas políticas, imbricadas pelas capturas do consumo em massa proporcionado pela viralidade e performatividade dos diversos circuitos midiáticos utilizados com maestria.

 

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